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ARREPIOS - CAP3



Arrepios

Capítulo 3 – De vítima a aparição



Augusto não gostava de trabalhar na agência bancária onde era caixa, mas achava que, no fim, as seis horas de estresse diário compensavam, porque o salário não era ruim. Além disso, as pessoas com quem trabalhava eram muito legais. Aos vinte e dois anos de idade, o rapaz se sentia satisfeito com sua vida profissional. Ganhava pouco mais de dois mil reais, e era o único, dentre três irmãos, a não precisar fazer trabalhos braçais.

Talvez fosse por isso que vinha ganhando peso. Não era gordo, longe disso. Mas havia desenvolvido uma discreta barriguinha, quase imperceptível por debaixo das blusas em estilo social que usava para dentro de calças finas de microfibra, geralmente pretas. Era um homem alto, media cerca de 1,85m, e devia estar pesando uns noventa quilos. Fora a barriguinha, ele também havia notado que a bunda aumentara consideravelmente o volume. As coxas, ele sabia, sempre foram mesmo mais roliças, assim como os braços, que eram musculosos, mas envoltos em uma mínima quantidade de gordura que completava o charme do seu corpo. Augusto tinha um rosto infantil, olhos bondosos, sobrancelhas ralas, nariz perfeito e uma boca carnuda rosa, com as bordas levemente arroxeadas. Não era branco, mas não chegava a ser mulato. Tinha apenas uma tonalidade parda mais acentuada a sua pele. Os cabelos, curtos, eram crespos, e, mesmo tão pequenos, formavam cachinhos. Tiago, o advogado, sempre mandara o boy do escritário ao banco, mas desde que notara a presença de Augusto, passara a fazer os serviços por lá. Ele havia assumido para si a forte atração por homens que seu gato de botas havia despertado nele. E estava à procura de novidades. Tiago sá não sabia se achava mais atraente Augusto ou Fernando.

Fernando era o outro caixa, o que trabalhava sempre ao lado de Augusto. Era, aparentemente, mais velho que o primeiro, e mais velho até do que Tiago. Fernando tinha 35anos de idade. Seu rosto era o oposto do de Augusto: marcava uma expressividade madura. Ele parecia ser personagem de um filme de aventura, o tipão sofrido e vingador, ou o expedicionário corajoso. Usava os cabelos lisos curtos na nuca, mas um pouco maiores na parte de cima, penteados para o lado. Os olhos castanhos eram cobertos por sobrancelhas grossas, o nariz, levemente curvilíneo, boca opaca, sem brilho, mas carnuda, num tom um pouco mais avermelhado do que o restante da pele. A barba era farta, e, quando feita, formava uma sombra esverdeada pelo rosto. Ele era forte, malhado, e sua altura regulava com a de Tiago. Muitas vezes, depois de sua iniciação, o jovem advogado se pegava imaginando uma transa com um daqueles dois homens, ou mesmo com os dois. E havia chegado a hora de pôr o plano em prática.

Tiago contratara uma garota de programa para se insinuar para os rapazes, dizendo que queria transar com os dois. Quando os dois amigos saíram para almoçar, ela os atacou:

– Nossa, não sei qual é mais gato!

Os rapazes se entreolharam, rapidamente, com um sorriso maldoso e perplexo. Então, Fernando conduziu a situação, vendo que Augusto havia ficado sem graça.

– Nossa... eu e meu amigo ficamos agradecidos com o elogio.

– Bom, sei que, se eu tivesse que escolher entre um dos dois, não saberia qual escolher.

– Minha mãe diz uma coisa muito certa – Fernando retrucou: – na dúvida, leve os dois.

Augusto estava vermelho como um pimentão. As axilas suavam tanto que uma roda se formou debaixo de cada manga da blusa vinho que usava. Fernando disse que eles saíam às quatro da tarde, e ela quis marcar algo, mas com a condição de que fossem os dois. Fernando combinou tudo, sem que Augusto tivesse a chance de negar o convite.

No restaurante:

– Você é maluco, mas eu não sabia que era tanto!

– Por quê? Por arrumar uma boa transa para a gente? Você queria dispensar aquela loira cara?

– Fernando, tu é casado, cara. eu não faria isso.

– Ah, cara, você se preocupa de mais. É muito certinho.

– E outra, ela quer transar com eu e você juntos! Imagina, a gente nu na mesma cama.

– É melhor que seja entre a gente, que é amigo. Não acredito que nunca dividiu uma gata com um amigo! Cara, eu nem vou tocar em você, nem você em mim, tá doido! O máximo que pode acontecer é minha mão resvalar no teu braço, ou eu encostar o joelho em você. Como em qualquer situação do dia a dia. Cara, mulher adora isso, imagina, tu comendo o cu dela e eu a buceta!

– Nada disso, eu que quero a buceta!

–Ah, meu garoto, agora tá falando a minha língua.

Os dois voltaram do almoço rindo pela rua, Fernando abraçando Augusto, dando-lhe tapinhas nas costas, parecendo um pai safado que vai levar o filho ao bordel pela primeira vez. Do jeito dele, Fernando adorava o amigo, e sabia que a recíproca era verdadeira. Admirava esse lance de Augusto ser certinho e tal, mas sabia que o rapaz precisava se soltar mais. Voltaram ao trabalho e, até a hora da saída, nada mais falaram sobre aquilo.

E as quatro da tarde bateram no relágio.

Ansioso, Fernando fechou o caixa, pois não havia mais clientes, e ajudou Augusto com o dele. A loura já os esperava na saída do estacionamento. Foram para o motel. Fernando dirigindo. Como Augusto não ia dirigir, ele sugeriu que o amigo fosse com a loira no banco de trás, para já ir curtindo alguma coisa, o que poderia deixar o rapaz mais solto para a hora do vamos ver. No banco de trás, a loura tirou os sapatos de Augusto, desamarrou a gravata dele e desabotoou a blusa. Foi beijando-lhe a boca, enquanto alisava o peito sem pêlos do rapaz.

– Que inveja – Fernando pensou e riu.

Quando chegaram ao motel, Augusto já estava sem a camisa, revelando o belo corpo que havia sido melhorado com uma camadinha extrafina de gordura. A timidez o havia deixado. Na recepção, quiseram cobrar a mais por serem três pessoas, mas a loira avisou que estavam com o cliente do quarto 456, então, deixaram que passassem.

– Quem é o cliente que você citou?

– Meu marido. Ele quer assistir.

Fernando ficou ainda mais excitado com a idéia, e Augusto voltou a ficar tímido.

Ao entrarem no quarto, uma cama gigante estava arrumada à espera deles, assim como um balde de gelo onde jazia uma garrafa de champanhe. De frente para a enorme cama, mas a uma certa distância, havia uma poltrona luxuosa, parecida com um trono de realeza desses que se vê em filmes histáricos. Uma figura curiosa sentava sobre o trono: um homem moreno, bem moreno, de pele avermelhada, tipo índio, exibia sua nudez, exceto por uma máscara de porcelana de Veneza, que lhe cobria o rosto, branca, adornada por feições sombrias e macabras pintadas de preto. Um capuz lhe cobria a cabeça, e Fernando reparou que esse gorro era a extensão de uma capa que vazava pelo lado do trono. Ele segurava um tridente na mão esquerda, e na direita, segurava o seu práprio pênis enrijecido. A estranha figura usava botas longas de couro preto. Augusto não gostou do que vira, e teve vontade de ir embora, mas a loira disse a ele que se tratava apenas de um corno inofensivo, que não lhes causaria incômodo algum. E eles foram para a cama.

Segundos depois, estavam os três completamente nus. Augusto, deitado na cama, recebia linguadas da loira por todo o seu corpo, ela havia começado pela boca do rapaz, descera para o pescoço, onde registrou um chupão, lambeu-lhe os mamilos, mordiscando para deixar Augusto com mais tesão, e depois, concentrou-se no pênis do jovem que, ereto, se mostrava grande, mas, principalmente, grosso, taludo, e a cabeça vermelha do pau do rapaz reluzia como um tomate suculento. A garota de programa aproveitou aquele picolé de putaria o máximo que pôde em sua boca, enquanto, Fernando metia nela, por trás, no ânus, uma jeba de 19cm, de grossura normal, mas bastante habilidosa. Então, ela deitou-se por cima de Augusto, encaixando o talo gostoso dele em sua vagina, e o peso que ele sentiu sobre ele foi o de um casal, quase sufocando-o, mas estava morrendo de tesão. Aquela loira maravilhosa ditando o ritmo da transa, ao mesmo tempo em que ele sentia a força das estocadas que o amigo dava nela, por trás. Em alguns momentos, os rapazes pareciam se lembrar da estranha figura sentada ao trono, mas não deixavam a idéia persistir. A loira queria terminar a transa sentada. Saíram, ambos, de dentro dela, Augusto sentou-se na cama, de pernas abertas, e ela afundou o ânus em seu pênis grosso, sentindo que doía bem mais do que o de Fernando. Este, encaixou-se de frente para ela, necessitando envolver o casal a sua frente com suas pernas. Temeu que Augusto fosse ficar de frescura, mas ele nem pareceu notar que as canelas do amigo resvalavam em seus quadris. Então, eles deram tudo de si para foder da melhor maneira aquela mulher, Fernando espremendo-lhe os seios enquanto Augusto caía de boca neles, até que gozaram, os três, muito satisfeitos.

Deitaram-se para relaxar. A loira se levantou e serviu champanhe numa taça. Os amigos, deitados nus na cama, se entreolhavam, rindo um para o outro, satisfeitos com a traquinagem que haviam aprontado. Os belos corpos dos rapazes suavam, deixando úmida a roupa de cama. Beberam o champanhe que a loira lhes oferecera, e conversavam distraidamente, quando Augusto pareceu estar passando mal. Fernando se preocupou, e começou a sacudir o amigo pelos ombros, mas ele não reagia. Deu uns tapas leves no rosto de Augusto, mas a sonolência sá parecia aumentar, e ele desabou na cama. Fernando levantou-se para reagir, tentou gritar, mas já estava também mole e sonolento. E desabou na cama, ao lado de Augusto. Em pânico, ouviu a figura que, agora, lhe dava pavor, levantar, deixar a capa cair por sobre o corpo másculo e avermelhado, e, práximo a eles, dizer: “Boa noite, Cinderelas!”

[...]

Augusto acordou tonto. Não demorou para perceber que estava deitado sobre uma superfície dura e fria, salvo pelos lugares que seu corpo já havia aquecido. A posição que estava deitado não pôde ser reconhecida de imediato. Demorou alguns segundos para ele perceber que suas pernas estavam levantadas, as panturrilhas apoiadas em alguma espécie de suporte, de modo que ficavam um pouco mais suspensas do que as de uma mulher que vai fazer parto normal. Tentou mexer os braços. Percebeu que eles estavam presos na mesa, totalmente abertos, deixando à mostra suas axilas. Nada se mexia, seu corpo estava totalmente atado por fivelas de couro. A boca estava entupida pelo volume de algum objeto. Ele chorava, lágrimas de horror, de pavor, lágrimas de quem sentia que ia morrer. Havia visto o filme “O Albergue” semanas antes, e tinha certeza de que seria massacrado até a morte com os maiores requintes de crueldade que a mente humana pode produzir. Fernando, ele lembrou, onde está Fernando? Será que já o haviam matado? Minha nossa, onde fomos nos meter, pensava.

Para Fernando, a sensação foi do mesmo pavor que Augusto, quando sentiu que todo o seu corpo era trespassado por cordas, que o penduravam a algum teto. Seus pés não tocavam o chão com facilidade, apenas as pontas dos dedões conseguiam alcançar o chão, e isso com muito esforço. Logo, decidiu que flutuar era menos desconfortável. As cordas incomodavam, assavam a pele onde apertavam. Ele sentia as cordas pelo corpo todo, exceto na bunda, essa parecia ter sido deixada livre. O pau, ao contrário, estava totalmente amarrado e apertado. A circulação ali, principalmente no saco, parecia presa. A boca também estava entupida por um pedaço de plástico. Ele se desesperou: será que ele vai deixar meu saco explodir? E Augusto? O que ele terá feito ao meu amigo?

As luzes se acenderam. Eram poucas. Uma, iluminava a mesa onde Augusto estava deitado, e a outra, estava por cima da cabeça de Fernando. Os amigos se viram. Não sabiam se estavam aliviados ao se verem ou se ficavam com mais medo, dadas as condições em que viam um ao outro, e em que se encontravam também.

Então, o algoz entrou, sublime em sua nudez máscula, carregando uma ereção tarada e gigante. Ele começou a falar:

– Sabe, gente, eu já fui um homem normal, exatamente como vocês. Tenho mulher e um filho, trabalho, chego em casa à noite e trepo com a danada da minha mulher por horas e horas, e, nossa, como ela é gostosa. Além disso, é uma boa mulher e eu a amo mais do que a mim mesmo. Meu filho é pequeno, tem cinco anos, e somos uma família bastante respeitável. Mas, um dia, uma aparição mudou a minha vida.

O algoz ia falando como se estivesse conversando entre amigos. Os rapazes iam ficando ainda mais amedrontados.

– Não parecia um homem, mas sim um demônio sensual e machão. Ele me amarrou, me comeu, me deflorou, me transformou numa rameira na cama, e sabe a parte mais curiosa disso tudo? Eu amei! Eu nunca, nem na adolescência, havia tido contato com homens. O cheiro já me enojava. Mas quando aquele macho me dominou, amarrado numa cama com a bunda para cima, quando ele enterrou a rola na minha bunda, me fazendo ter vontade de morrer, e me fez mamar a rola dele, e depois me fez sentar por cima dele, e tantas e tantas outras coisas, eu mudei, ah como mudei. Os homens na rua passaram a chamar minha atenção, e passei a querê-los, a ter vontade de dominar, de desvirginar, de tirar a macheza deles. –a essa altura, os dois amigos choravam em pânico, e a agressividade do algoz se mostrava sutilmente por baixo de sua voz ironicamente calma – e hoje é a vez de vocês, hoje, meus caros, vou destruir o corpo de vocês, vou virar vocês pelo avesso, vou usar esses rabinhos com tanta fome que eles nunca mais terão a mesma aparência – ele estava exagerando nas palavras e sabia disso, mas era assim que se conseguia o suor mais cheiroso, aquele que brota do medo – e, quando levarem a mão até ele, para conferir o estrago, cuidado para não acabarem tocando o intestino, de tão largo que o cu de vocês vai ficar.

“Pronto, ele vai acabar com a gente e depois matar a gente”, Augusto tinha o rosto lavado de lágrimas e o nariz escorria. O mascarado se aproximou dele, tirou a bola de borracha que o amordaçava, bem babada, e lambeu todo o excesso de saliva que ficou na bola. Perceberam que a máscara que ele usava agora era igual à outra, mas ia até o começo do nariz, deixando livre a boca. “Se soubessem...”, pensou o algoz. Não era do seu feito ferir ou fazer maldades físicas com as vítimas, como gostava a maioria dos sádicos. Ele nem era um sádico de verdade, era apenas uma bela de uma bicha infeliz, que havia viciado em machos.

O algoz foi para a região onde as genitálias e o ânus de Augusto estavam expostos, já que as pernas estavam suspensas bem no alto pelos suportes. Augusto viu o mascarado sumir, abaixando-se ali, e trancou o cu de medo. Não ousava falar nada. Sentiu uma pontinha molhada tocar seu ânus. Ouviu um nariz a fungar por ali. O mascarado falou: Nossa, que bucetinha linda você tem, meu menininho, e cheirosa, tem cheiro de virgem.

Augusto gelou de medo. Sentiu que a língua do mascarado explorava seu buraco, lambia, forçava e entrava cu a dentro, a despeito da força que o rapaz fazia para não ser penetrado pela língua do algoz mascarado. Impiedoso, o algoz levantou, mexeu numa bolsa e voltou com um pepino. “Ou você se solta para a minha linguada, ou se soltará para esse pepino!”. Augusto entendeu a ameaça. Era melhor ser lambido do que ter um pepino sendo enfiado no rabo. Soltou a musculatura do ânus. A língua penetrava mais fundo agora e de maneira mais macia. Tiago estava adorando o paladar do cu virgem do rapaz. Era quase doce. Os pelinhos ao redor sá davam mais charme àquele ânus másculo pronto para servir-lhe de buceta. Mas não agora. Antes, havia muito o que fazer ali. Dirigiu-se para o outro macho dominado, pendurado e amarrado por tantas cordas. Tirou-lhe a mordaça de borracha.

– Vá se foder – Fernando gritou para o mascarado. Ele não gostou nada, nada.

– Mandei você ir se foder, seu maníaco. Qual seu problema? Estuprar dois caras que não gostam de homem, você acha isso legal?

O algoz mascarado soltou uma risada jovem, má e masculina: eu não gosto, adoro!

Dizendo isso, se apossou do pepino, vestiu no vegetal uma camisinha e levou até Fernando.

– Vai pagar pelo insulto, desgraçado. Poderia perder o cabaço para o meu pau, que é apenas um pênis avantajado, mas agora vai ser para esse enorme e grosso pepino.

– Não, por favor, cara, não faz isso, você vai me estoporar, cara, corre o risco de me matar, por tudo o que você ama, não faz isso comigo, não, não faz cara, por favor, cara...

Um soco acertou a barriga de Fernando. Augusto, com medo de ver o amigo ainda mais machucado, resolveu falar:

– Fernando, é melhor não discutir. A gente aceita o que ele quer e tá tudo certo.

– Bom menino – disse o mascarado – é essa a única saída. Aceitem.

O mascarado se apossou de uma ceringa cheia de um gel lubrificante e enfiou na bunda de Fernando, que, pela primeira vez na vida, sentia algo no seu ânus que não seu práprio dedo na hora de lavar o local. Era uma sensação de humilhação, de desvalorização. O ânus de um hétero é sua parte mais íntima, mais resguardada, e ele teria o seu violentado brutalmente agora. Ele suplicou por perdão, mas o mascarado estava irredutível. A dor começou a rasgar o rabo virgem do machão pendurado pelas cordas. Ele sabia que trancar o rabo sá faria a dor ser maior, então, tomou a decisão mais difícil de sua vida. Relaxou a musculatura e deixou entrar no seu cu aquele pepino gigantesco, sentindo o arrombamento de seu ser, sentindo-se degradado. Enquanto enfiava o pepino no ânus de Fernando, o algoz mascarado chupava o pênis flácido da vítima, que demonstrava não estar com tesão nenhum. Mas o contato da deliciosa boca quente de Tiago com a glande flácida de Fernando fez a cobra subir, o que deixou Fernando com vergonha de Augusto. “Droga, ele vai pensar que sou veado, que estou gostando”

Ele se sentia mal. Parecia que o pepino provocara uma onda de náuseas. Suor pingava de sua testa, fazendo seus olhos arderem. Ele sentia que suas axilas também escorriam, e se espantou com o cheiro acre que brotou delas, revelando que o desodorante havia sido vencido pelo medo. Era cheiro de macho, um cheiro de sexo temperado, não o tal cecê que brota dos homens mal cheirosos depois de um dia de trabalho braçal, mas era algo que ele não considerava cheiroso. Mas se surpreendeu ao ver que a boca do algoz mascarado largava seu pênis, agora teso e apontando para cima, para ir lamber-lhe os suvacos suados, expostos, os braços suspensos e amarrados. “Esse cara sá pode ser maluco!”

– Por favor, tira esse pepino daqui, cara, a dor é muito grande.

– vou ser misericordioso com você, meu escravo. Vou permitir que escolha entre ter o pepino no rabo ou entre ter a minha vara. O que me diz?

Fernando olhou para o pênis duro, moreno, de cabeça arroxeada do seu algoz, e se sentiu triste e humilhado ao se ver analisando friamente a situação: “bom, esse pepino tem cerca de vinte e poucos centímetros, e a circunferência é quase da grossura de um copo de requeijão. O pau do cara é grande, mas é bem menor do que isso, deve doer menos.”

O mascarado voltara a chupar o pau duro de Fernando, e remexia o enorme pepino dentro do ânus da vítima pálida de horror.

– Prefiro que você me coma!

– Prefiro o seu mastro, meu rei. É assim que deve pedir.

Fernando engoliu o orgulho. Cuspiu a frase com todo o ádio que tinha no coração:

– Prefiro o seu mastro, meu rei.

– Ok, será feita a sua vontade, minha rameirazinha deliciosa.

O mascarado pegou uma cadeira e posicionou-a perto de Fernando. Mexeu numa alavanca que fez o rapaz descer até o chão. Seus pés agora tocavam normalmente o solo, mas ele continuava atado pelos braços erguidos, como carne pendurada num açougue. Não podia mexer as pernas, porque os tornozelos estavam atados um ao outro. E nem pretendia tentar nada. Não sabia até onde ia a loucura daquele cara. O algoz mascarado sentou-se na cadeira, mas antes, certificou-se de que Augusto, deitado em posição de parto, podia ver a cena.

Então, pela cintura, guiou Fernando a ir sentando, devagar, em seu colo, de costas para ele, ambos de frente para Augusto. Todo atado, com partes do corpo já muito assadas pela fricção da corda, Fernando arriou o corpo no colo do algoz, sentindo que seu ânus, já bem lubrificado e cedido pelo enorme pepino, abocanhou com certa rapidez o pênis do agressor. Aquilo era estranhamente aliviador: não havia doído, como ele pensou que doeria, e a posição que estava agora, sentado, era extremamente mais confortável. O local estava frio, embora ele suasse muito, e sentir o corpo quente por debaixo do dele também fora aliviador. “Minha técnica deu certo, primeiro, algo bem pior, depois, sentar no meu pau seria apenas um verdadeiro momento de alívio”, Tiago constatou.

O algoz deslisava as mãos firmes, másculas e joviais, pelo corpo da vítima. Espalhava o suor cheiroso do medo por todo aquele corpo. Acariciava as axilas e cheirava as práprias mãos embebidas pelo suor de Fernando. Enquanto isso, ia pressionando o pênis dentro da carne macia do ânus de seu macho, que ofegava nervoso. Suas nádegas macias encostavam na coxa do agressor, que parecia adorar tudo aquilo. Fernando apenas curtia o alívio de estar sentado, aquecido e com algo bem menor e bem mais macio a lhe futucar o ânus. Por enquanto, era bem melhor do que estar pendurado pelos braços e com um pepino arrasador na bunda.

Uma sensação gostosa o chamou a atenção: seu pênis duríssimo havia sido envolvido pela mão esquerda do agressor, que o masturbava. A outra mão alisava seu peitoral definido, reluzente por causa da camada de suor que o cobria. Ele se ouviu soltando um suspiro estranho, longo, um suspiro sá de alívio? Não parecia. Ele havia soltado um suspiro de entrega, de relaxamento. Ele havia soltado um suspiro de prazer. Fora inevitável: ele estava gostando.

Deitado na cama, Augusto chorava ao ver a cena. E estranhou quando começou a ouvir os suspiros delicados e macios do amigo. Algo na cena havia mudado: não era mais o algoz mascarado que ditava o ritmo da foda: seu amigo, seu amigo machão e hétero, descia e subia no colo do mascarado por vontade prápria, parecendo rebolar em cima do pau do cara, com movimentos suaves. Os olhos de Fernando haviam se fechado enquanto ele se entregava de vez àquela nova sensação, uma sensação de prazer.

– Está gostando, Fernando?

– Huuurrr huuuum estou.

– Sente que seu rabo agora é uma bucetinha desvirginada?

– Por huuuh for favor, não fale disso assim... aaaaaaah

– Mas é assim que as coisas são: agora, seu cu é uma buceta, e seu pau não passa de um grelo que eu acaricio para você ter prazer, minha bonequinha.

– aaaaaaah aaaaaaah aaaaaah uuuuau

– E então, sente que seu rabo é uma bucetinha arrombada?

Ele sentia que agora era outra espécie de ser humano. As estocadas do pau do agressor eram verdadeiras carícias no âmago de suas entranhas, e ele se sentia todo enfraquecido. Seus gemidos saiam como um sussurro, mas logo viraram gritos de tesão. E ele resolveu se entregar:

– Sim, aaaaaah aaaaaaaaaaaaaah come essa bucetinha, meu macho! Eu aiiiih

– Está quase gozando, boneca?

– Estou, eu uuuuuuuuuuuuuh

Augusto estava horrorizado: tudo aquilo era uma encenação? Fernando era gay? Teria combinado tudo? O único enganado ali era ele? As lágrimas que punha para fora agora eram de raiva.

Tiago, por baixo da máscara, revirava os olhos de prazer: que homem gostoso era aquele que estava deflorando? O cara era um verdadeiro macho alfa, de rosto malvado, de músculos tesos, barba esverdeada, cheiro de perfume de cafageste nas roupas e no pescoço, aroma de estivador nas axilas, e uma bela de uma pica rosada apontando para cima, dura como aço, além de uma bunda firme, mas macia e do rabinho mais gostoso do mundo. Comer aquele homem era algo inenarrável. Ele iria querer aquele cara pelo resto da vida!

Fernando não entendia como o prazer não parava de crescer dentro dele. O toque másculo da boca e da barba do algoz em suas costas, as mãos dele pelo seu corpo, masturbando seu pênis, e sua dureza alargando a carne de seu ânus, penetrando pelas paredes lisas de seu reto, quente, pulsante. Ele não falava, sá gemia. Seus cabelos lisos estavam arrepiados de tão molhados pelo suor que escorria por sua face. Olhou para o amigo na mesa, mas ele parecia agora uma realidade distante, de um tempo antigo. Na verdade, até gostou de vê-lo nu. Mas rapidamente voltou a se concentrar no macho sobre o qual sentava e rebolava, na pica que o abria por dentro, no hálito que esquentava suas costas, nas mãos morenas que o bulinavam. O coração disparou. A conhecida cácega indescritivelmente maravilhosa que antecede o orgasmo masculino partiu para tomar-lhe o corpo, mas não da glande, como sempre pensou que fosse. A glande era uma extensão do prazer que vinha de sua prástata. O prazer, o verdadeiro prazer, esse novo prazer, que ele jamais pensava existir, partia do fato de que seu ânus virgem estava sendo comido, fodido, arrombado, pelo algoz. Sua visão ficou turva, e ele gozou, gritando de prazer, um grito selvagem, masculino, mas que era um verdadeiro grito de fêmea.

Tiago gozou em seguida, sentindo que, enquanto preencha o rabo da vítima com leite quente e viscoso, seu machinho apassivado lambrecava-lhe a mão com o leite que saía da rola que o algoz resolvera masturbar. Que delícia! Sentiu-se satisfeito por ter trazido mais um macho para o seu reino. Dominar aquele Adônis fora algo maravilhoso

Foi aí que Tiago cometeu seu primeiro erro.

Depois da transa, ele desamarrou Fernando, libertando-o. achou que, agora, o rapaz entendera como era gostoso tudo aquilo, e iria ajudá-lo a iniciar o outro rapaz. Mas, passada a avidez do momento, o prazer momentâneo e único que Fernando havia sentindo era, agora, uma tristeza e um arrependimento profundos em sua mente. Ele não se sentia bem com o que havia acontecido. Sentado, meio repousante, num sofá de couro no canto da sala, Fernando sentia o esperma do dominador se misturar ao gel lubrificante e escorrer pelo seu cu. Aquilo foi degradante. Seu cheiro o incomodava, o fazia sentir-se um lixo. Ele levou a mão ao ânus, sentindo uma ardência incômoda. Teve nojo de tudo aquilo. E decidiu: meu amigo não merece isso.

Tiago se sentou ao lado de Fernando e disse que queria vê-lo deflorar o práprio amigo. Ele fingiu aceitar, mas quando os dois se levantaram, acertou na cara de Tiago um soco forte que o fez cair. Aproveitou o desmaio do algoz e o amarrou todo. Correu para onde estava Augusto e desamarrou o amigo, e os dois procuraram suas roupas rapidamente, sem dizer uma palavra um com o outro. Acharam a saída. Estavam no meio do nada, na porta de um galpão. Um táxi passou pela pista e eles o tomaram. Dentro do carro, Fernando chorava desesperadamente. Augusto, vendo o desespero do amigo, passou o braço por sobre os ombros dele, tentando consolá-lo.

– Você foi muito corajoso, cara, muito obrigado por me salvar.

– Eu não tive escolha. Você não merecia aquilo.

– Você já conhecia esse cara, Fernando?

– Lágico que não! Que pergunta...

– Mas você curtiu ser comido por ele...

O taxista olhou de relance pelo retrovisor, meio que horrorizado com o que ouvia; os amigos, no entanto, não mostraram preocupação com a presença dele ali. Tudo o que haviam vivido era tão intenso que não se preocupariam em ser ouvidos por um estranho.

– Augusto, eu to me sentindo tão mal que sá o que eu queria agora era morrer. Nunca achei que pudesse curtir uma parada daquelas.

– Sempre ouvi dizer que todo mundo que dá o cu acaba gostando, cara. você foi forçado, não foi culpa sua.

Fernando afundou o rosto molhado de lágrimas no ombro do amigo, chorou todo o percurso, sentindo-se culpado por ter descoberto que dar o rabo era, simplesmente, uma delícia. Mas ele não queria repetir a dose. Pelo menos, era o que ele achava.

[...]

à noite, depois de tomar um bom banho, Augusto vestiu uma cueca boxer verde, uma regata preta, e foi se deitar, na cama do quarto que ocupava na casa dos pais. Ele não esquecia um minuto o que vivera naquela tarde. A sensação de estar amarrado, vulnerável, nu, pronto para ser abusado, enquanto uma língua sedenta vasculhava o interior de seu ânus. Depois, ver o seu amigo sendo comido pelo algoz. Será que Fernando teria notado o momento da ereção de Augusto ao vê-lo sendo deflorado? Ele não entendia como podia ter gostado de ver aquilo tudo, mas seu pênis dizia isso, apontando para cima, teso e pulsante. Deitado, Augusto rolava pela cama, sem dormir, lembrando a deliciosa sensação de ter o ânus estocado por linguadinhas úmidas, necessitando ardentemente sentir de novo aquela sensação. Por debaixo do edredon, Augusto tirou a cueca boxer, deixando suas belas pernas roliças, sua maravilhosa bunda carnuda e o pênis pentelhudo e duro nus. Dobrou os joelhos, deixando o ânus mais acessível, molhou bem de saliva a ponta do dedo médio e começou a massagear seu buraquinho. “será que o verei de novo, algoz mascarado?”, Augusto se viu perguntando, e todo o seu corpo se arrepiou de medo e surpresa, ao constatar a pergunta que a mente havia feito.

Fernando chegou em casa triste. Sua mulher não estava em casa, o que foi bom. Ele não sabia como a iria encarar. Mas, quando ela chegou e o pegou chorando, ele não conseguiu esconder nada dela, daquela pessoa que tanto amava, embora pulasse a cerca de vez em quando.

– Fui estuprado, Carla.

Ele omitira a parte na qual ia de bom grado com a loira e seu amigo para o motel.

– um cara me anestesiou na saída do banco, e quando acordei estava nu, pendurado no teto por cordas ... ele me estuprou.

– meu amor... – a mulher estava horrorizada– e te machucou muito?

– veja você.

Ele tirou o short e a camiseta branca, mostrando as marcas da corda. Ela sentiu uma pontada no coração ao ver as marcas agressivas da corda. Ele virou de costas para ela, chorando como uma criança, e mostrou o ânus, ainda inchado e avermelhado. Ela o abraçou. Foram para a cama e fizeram amor, mas de uma maneira branda, terna. As carícias mostrando o quanto se amavam. Fernando ficou feliz ao ver que, ao lado de Carla, esquecia todo o restante do dia. Ali, nu, com o corpo colado ao de sua esposa, penetrando-lhe suavemente a carne entre as pernas, sentindo o aroma feminino de seu pescoço, beijando delicadamente os seios firmes e passando a mão pelos sedosos cabelos louros dela, Fernando soube: nunca mais a trairia, nunca mais teria outro parceiro sexual. Mas ele ainda não sabia que seu rabo ia discordar disso, e iria pedir rola muito em breve. “Sempre ouvi dizer que todo mundo que dá o cu acaba gostando, cara. você foi forçado, não foi culpa sua.” A voz de Augusto ecoou fundo em sua mente. Ele a afastou para bem longe daquele momento.

Quando Tiago acordou, estava com as mãos amarradas. Merda, pensou, perdi os caras. Mas havia valido a pena. A sensação de ter nas mãos um homem como Fernando era indescritível. Sá não tivera tempo de ser comido por ele. E o outro rapaz? Como era lindo, em suas feições infantis, como era gostoso seu corpo, liso no peito, pernas e bunda, e cheio de cabelos nas axilas e no púbis. Que bundinha roliça e cheia de carne era aquela? Que pernas grossas e macias! E o paladar do cu do cara? doce como o rabo de uma virgem. Precisava transformar aquele rabo em buceta. E não ia descansar até conseguir.

Com muito custo, pôs-se de pé. Conseguiu achar o celular e discar com a boca o número do consultário de Doutor Medina. Passou-lhe o endereço. Em breve, a aparição estaria ali, ao lado dele, para fazer com ele o que ele fizera à sua vítima. Deitado no chão, sobre sua prápria capa preta, Tiago era uma bela visão: o advogado de corpo moreno e bem talhado, ainda portava uma ereção, quando a porta do galpão se abriu e a aparição entrou, trajando apenas a capa preta, as botas de couro, o lenço na cabeça e a máscara de seda amarrada no rosto.

– você me invocou e eu apareci.

– meu amo, pode me fazer o favor de me usar?

– quer que te use, meu escravo?

– sim, meu amo, estou sedento por seu cheiro, por suas ordens, e por sua vara em minha bunda.

– Bunda?

– Quis dizer, buceta, senhor.

– Assim é melhor.

A aparição, então, pegou Tiago no colo, desamarrou a corda, tirou dele a capa e a máscara, levou-o para o sofá e o sentou em seu colo, lateralmente, penetrando seu ânus com a enorme pica coberta por uma camisinha bem lubrificada. Enquanto o comia, Medina beijava-lhe a boca. Aquele que horas antes era o algoz mascarado, agora era apenas uma bonequinha nas mãos de seu dono.